sábado, 30 de abril de 2022

Quem Busca, Tem Mais Oportunidades

Quem busca, tem mais oportunidades de encontrar, do que quem não busca. 
11° Seminário Educação e Cultura Afro-brasileira
Campina Grande - PB 

Gratidão as envolvidos.
Parabéns ao contramestre morcego e ao Mestre pequeno, por toda dedicação a nossa arte luta mãe ancestral, vocês são um exemplo que deve ser seguindo.
Campina Grande capital Mundial da Capoeira na Escola. 

Gratidão Mestre Jogo de dentro, por sua explanação sobre seu livro, Capoeira Angola e ancestralidade.
Devemos está ciente que se nos distanciamos dos nossos fundamentos e tradições, cada vez se tornará difícil o retorno. 

Axé malungada.

Seguimos na busca.

Família N'Golo Capoeira Angola


terça-feira, 26 de abril de 2022

Seria uma prova da RIVALIDADE INVENTADA?




(Entre Mestre Pastinha e o Mestre Bimba. 
Capoeira Angola × Luta Regional Baiana) 

Bem vamos ver o q disse Mestre Pastinha sobre Mestre Bimba em entrevista a Helina Rautavaara. 

Helina Rautavaara: O que pensa de Mestre Bimba ?

Mestre Pastinha: Nada tenho a responder. A finalidade é outra, e eu não posso introduzir uma finalidade... Agora nessa aqui, eu sei responder sobre ela. Agora lá sobre o outro... Sei que ele é um... A respeito do Bimba, eu não posso dar a finalidade. Porque ele tem a finalidade dele. Só quem pode declarar é ele mesmo.

Helina Rautavaara: Mas você acha que... Ele disse que representa uma tradição baiana. Você crê que é baiana ?

Mestre Pastinha: Ele é baiano também. A tradição é a mesma. De mim para ele, de ele para mim, penso que não há modificação nenhuma.

Helina Rautavaara: Você mestre representa mais uma tradição africana, angolense. Ele apresenta outra tradição mais...

Mestre Pastinha: Angola! Ele apresentou então em outra modalidade. Sobrenome de regional. Ele apresenta ela com o sobrenome de regional. Mas ele é angoleiro, ele aprendeu angola.

Helina Rautavaara: Era, era...

Mestre Pastinha: Ele é tão angoleiro quanto eu sou, aí eu não desmereço ele...

...

Uma entrevista para fica marcada na história, as perguntas eram centrais, as respostas do mesmo ponto, havia uma compreensão e um respeito de Mestre Pastinha pelas outras formas de entender a capoiera, hoje nossa luta é para que isso se perpétue em nosso contidiano, Mestre Pastinha sábia que uma forma não desagregar a  outra, e se a complementa, isso é africanidade.
(Friso meu / Alexandre N'Golo Caruaru) 

...

Imagem: Cedida por Mestre Dhunga 
Entrevista: 
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=1950946255092911&id=100005326661321Fonte


Publicado em: 
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=1950947718426098&id=100005326661321&sfnsn=wiwspwaPoste

Centro de Prática e Pesquisa N'Golo Capoeira Angola
Caruaru Pernambuco Brasil
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segunda-feira, 25 de abril de 2022

VAMOS AKILOMBÁ

"Cada capoeirista responde pelo que é do seu dever".

A consciência da responsabilidade e o cumprimento do dever. 

Conduzem ao crescimento pessoal, o compromisso é de cada um, deve corresponder à capacidade de cada um. 

Isso na  “academia” e na atividade particular. 

Falas do Mestre Pastinha, sendo assim, acreditamos que devemos ter o compromisso de salvaguardar e difundir essa forma de entendimento e de prática, Mestre Pastinha não deixou uma cartinha com A e B forma, mais sim deixou um método de zero ao infinito, onde devemos interpretar e fazer cumprir com o deve e responsabilidade do legado. 

Nosso projeto VAMOS AKILOMBÁ, tem um dos intuitos de passa essa visão de entendimento e prática, onde o aprendizado é mútuo e aberto para quem quer que queria aprender, basta ir buscar. 
Gratidão ao monitor Girafa e toda sua turma que se fez presente na atividade do VAMOS AKILOMBÁ de 23 de abril de 2022. 

Segue a Capoeira Angola revolucionando. 

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sexta-feira, 22 de abril de 2022

VAMOS AKILOMBÁ

 O Centro de Prática e Pesquisa N'Golo Capoeira Angola realiza o Projeto Vamos Akilombá, o projeto tem o intuito de abrir as portas da nossa escola, para receber capoeiristas e simpatizantes da Capoeira Angola. A visita é regada de muita musicalidade, movimentação corporal e filosofia pastiniana, onde também utilizamos desse momento para contar a história de nosso trabalho que vem sendo realizado há 25 anos na cidade de Caruaru - PE. Momento também que contamos um breve resumo da história de África, da diáspora, da escravidão, da luta pela liberdade de um povo, assim salvaguardando e difundindo a história de um povo e sua luta. 
Nesse encontro do dia 23 de abril iremos contar com a presença do Monitor Girafa do Grupo Muzenza e seus alunos. 

Estamos de portas abertas para cumprirmos nosso dever, assim dá continuidade ao legado que nos foi deixado. 

Segue a capoeira angola, revolucionando. 

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domingo, 17 de abril de 2022

Olá malungada.

 Iê


Olá malungada.


Passando aqui para convidar cada uma e cada um de vocês, para estarem presente em nossa festa de comemoração de 25 anos, de muita luta e resistência. 


Festa essa que acontecerá nos dias 03, 04 e 05 de junho de 2022, aqui na cidade de Caruaru, Pernambuco.



Estaremos recebendo alguns convidados e convidadas para realização de uma vivência repleta de musicalidade, movimentação corporal, rodas de Capoeira Angola e muito mais, assim estamos conectado ao mesmo tempo que festejamos, o tempo de legado e compromisso com nossa arte mãe luta ancestral Capoeira Angola.  


Logo menos faremos a divulgação da programação, desde já, agenda aí 03, 04 e 05 de junho de 2022, Caruaru Pernambuco.


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sábado, 16 de abril de 2022

Oficina de Berimbau (ORQUESTRA N'GOLO DE BERIMBAU)

"O maior erro é a pressa antes do tempo e a lentidão ante a oportunidade."
(Provérbio Árabe) 

Ou seja não podemos perder nenhuma oportunidade que esteja em nossa frente, e mais, que essa oportunidade venha no tempo propício. 
Atividade: Oficina de Berimbau (ORQUESTRA N'GOLO DE BERIMBAU),  Festival Caruaru Por Paixão 2022. 

Gratidão a todos e todas participantes e organização, gratidão a gestão pública do município que nós conferiu essa oportunidade. 
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sábado, 9 de abril de 2022

CONVITE

O Centro de Prática e Pesquisa N'Golo Capoeira Angola vem através deste convidar vocês para participar da OFICINA DE BERIMBAU, que será realizado no dia 14 de abril, próxima quinta feira, às 18:00 horas, - esta oficina será parte integrante da programação CARUARU POR PAIXÃO 2022 - , no PÓLO DA ESTAÇÃO CRIATIVA (Estação ferroviária de Caruaru), realização Prefeitura Municipal de Caruaru e Fundação de cultura e Turismo de Caruaru. 

Oficina gratuita e aberta ao público em geral, capoeirista ou não capoeirista, traga seu instrumento e venha batucar. 


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quinta-feira, 7 de abril de 2022

Quarta Oficina do Projeto da Orquestra N'Golo de Berimbau 07/04/2022



"BERIMBAU É UM INSTRUMENTO, QUE TOCA NUMA CORDA SÓ"
Passando aqui te convidando para a quarta "Oficia da Orquestra N'Golo de Berimbau" a ser realizado na estação ferroviária de Caruaru, às 19:30 do dia 07 de abril de 2022.
Essas oficias faz parte de um projeto, que realizará 11 oficias durante 2022, com aula de toques, ritmos, histórias e entre outros assuntos relacionados com nosso arco musical "O BERIMBAU". 

Desde já te espero, traz teu instrumento e vamos viaja pelo som do berimbau. 

Axé. 


Obs: Oficinas gratuitas e aberta ao público em geral (Capoeiristas e não capoeiristas).

Seguimos no aprendizado. 

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quarta-feira, 6 de abril de 2022

Entendendo a importância do movimento

Entendendo a importância do movimento sigo sempre sendo, assim como o mundo dá a volta no seu tempo o/a angoleiro/a deve seguir no seu tempo o ritmo da capoeira angola. Essa cultura afro-brasileira tem sua dialética própria, ao mesmo tempo que mantém uma tradição diásporica, por tanto, africana, critica e supera os traços coloniais que foram (são?) forçadamente nela impregnada.  
A capoeira angola antes de tudo é uma luta e como dizia mestre Pastinha "uma luta perigosíssima". Um/a iniciante que adentrar nesta cultura que é também uma arte deve ser educado para desenvolver o olhar antropológico. Para que este possa melhor compreender o universo no qual se está inserindo e decodificar a máxima que diz "devagar também é pressa". 
O mestre Raimundo Dias sabiamente expressou que "para se praticar capoeira angola precisa de ter paciência". São muitas linguagens, códigos, perguntas e respostas para se aprender em pouco tempo. Se faz necessário tempo, voltas ao mundo, gingas, mãos no chão, negativas, positivas, manhas, malícias, mandingas e suor para um concreto aprendizado. E mesmo com todas as voltas ao mundo que a vida nos oportunizar ainda não serão suficientes para se chegar ao seu infinito.

 Bezerra da silva, o poeta angoleiro.

Família N'Golo Capoeira Angola.

Meu sentimento é de gratidão. O  gosto que sinto é de dever cumprido. 
Ou melhor, de está cumprindo com o meu dever.
 
Seguimos na busca, Angola é longe, mais acredito que conseguimos chegar lá, e claro, acompanhando é bem melhor.          
🌱...🌳 

Viva aos que vieram antes de nós, viva ao eterno Mestre Pastinha, viva viva a seu Benedito, que teve a sensibilidade de ofertar ao menino Pastinha essa nobre arte luta mãe, à Capoeira Angola. 

Família N'Golo Capoeira Angola.

terça-feira, 5 de abril de 2022

SÃO VICENTE FERRER e VICENTE FERREIRA PASTINHA, TEM HAVER?



Vicente Ferreira Pastinha, nascido em 5 de abril.
Pela origem do nome vindo do seu pai, José Senõr Pastiña (Espanhol), traz seja um fato interessante ou simples coincidência. 

Dia 5 de abril é dia de São Vicente Ferrer, um santo espanhol.

E outro fato, é que São Vicente Ferrer era um filósofo de sua época. 
Coincidência ou não, mais está aí uma das hipóteses de onde veio o nome Vicente Ferreira, já que nem sua mãe e nem seu pai tem o sobrenome Ferreira, e até pelo fato que o sobrenome Pastiña se transformou em  Pastinha, assim podemos ter a mesma hipótese, que Ferrer tenha se transformando em Ferreira. 

Claro, isso tudo obsevando algumas informações. 
Lembrando que o nome Maria Eugênia da Conceição, que está em registro de nascimento disponível nas redes sociais, está equivocado, Eugênia Maria da Conceição era sua madrinha e não sua mãe, sua mãe  se chamava Raimunda dos Santos. 

Mais enfim.
Seguimos na busca.

Viva a Mestre Pastinha.

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QUEM FOI MESTRE PASTINHA?

PARA QUEM ME PERGUNTA:

QUEM FOI MESTRE PASTINHA? (Eu respondo assim!)
Foi defensor da Capoeira Angola. Foi uma das grandes personalidades da vida popular na Bahia.
Vicente Ferreira Pastinha nasceu em 5 de abril de 1889 em Salvador, Bahia. 

"Mulato" claro de estatura mediana, magro, de temperamento gentil e acolhedor, bem humorado, reuniu ao seu redor um grande número de excelentes capoeiristas, nem tanto por ser jogador excepcional, mais pela força de sua personalidade, seus dotes de filósofo e poeta, seu amor e conhecimento dos fundamentos da Capoeira Angola.

Filho do espanhol José Señor Pastinhã e de Raimunda dos Santos. 

Seu pai era um comerciante, dono de um pequeno armazém no centro histórico de Salvador, sua mãe, com a qual ele teve pouco contato, era uma preta natural de Santo Amaro da Purificação e que vivia de vender acarajé e de lavar roupa.
Mestre Pastinha que aprendeu capoeira ainda menino com um preto de Angola chamado Benedito que presenciou as surras que constantemente tomava de um menino mais velho. Seu Benedito o chamou e disse: 

"O tempo que você perde empinando raia, vem aqui no meu cazua que vou lhe ensinar coisa de muito valia".

A princípio Mestre Pastinha ensinava capoeira para os colegas da Marinha, onde ingressou aos 12 anos. Depois que saiu, aos 20 anos, abriu sua primeira escola de capoeira na sede de uma oficina de ciclistas. Além de capoeirista, Mestre Pastinha, era pintor, chegando a dar aula de pintura de quadros a óleo. Em 1941 fundou o Centro Esportivo de Capoeira Angola, e depois se instalou no casarão número 19 do Largo do Pelourinho. Esta foi sua primeira academia escola de capoeira.
Disciplina e organização eram regras básicas na escola do Mestre Pastinha e seus alunos usavam calças pretas e camisas amarelas, cores do Ypiranga Futebol Clube, time do coração de Mestre  Pastinha. Para Mestre Pastinha, a Capoeira Angola se diferencia da Luta Regional por "não  ter método", ser "sagrada" e "maliciosa".  Mestre Pastinha tinha seu pensamento sobre a "mistura" feita por Mestre Bimba, que incorporou a capoeira movimentos de outras lutas.

Mestre Pastinha dedicou sua vida a Capoeira Angola, tornando-se um dos estandartes da cultura afro-brasileira.

POW, É ISSO E MAIS UM POUCO...

Viva a Mestre Pastinha e seus 133 anos de existência.

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segunda-feira, 4 de abril de 2022

PROVOCATIVA SOBRE A FALA DE JORGE AMANDO


"Símbolo e face deste povo é Mestre Pastinha."
(Assim Jorge Amado descrevia o Mestre Pastinha)

O que Mestre Pastinha significou e ainda significa para um povo, para uma cultura e para aqueles e aquelas que hoje são a continuidade de seu legado? 
Mestre Pastinha…Mestre da Capoeira de Angola e da cordialidade baiana, ser de alta civilização, homem do povo com toda sua picardia, é um dos seus ilustres, um de seus abás, de seus chefes. É o primeiro em sua arte, senhor da agilidade e da coragem, da lealdade e da convivência fraternal. Em sua escola, no Pelourinho, Mestre Pastinha constrói cultura brasileira, da mais real e da melhor. Toda vez que assisto esse homem, de 75 anos, a jogar capoeira, dançar samba, exibir sua arte com o clã de um adolescente, sinto a invencível força do povo da Bahia, sobrevivendo e construindo apesar da penúria infinita, da miséria, do abandono. Em si mesmo o povo encontra forças e produz sua grandeza. Símbolo e face deste povo é Mestre Pastinha”
(Jorge Amado)

(Em comemoração aos 133 anos do nascimento de Mestre Pastinha, iremos a cada dia até dia 05 de abril, trazer uma história, um fato, uma curiosidade sobre o saudoso Mestre Pastinha. Hoje vamos fazer a seguinte provocativa, o que Mestre Pastinha significou e ainda significa para um povo, uma cultura e para aqueles e aquelas que hoje são a continuidade de seu legado. Se liga na história.)

Iê viva Mestre Pastinha 

Arcevo: Espaço de leitura árvore do saber

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domingo, 3 de abril de 2022

Capoeira Angola MESTRE PASTINHAe sua academia


Disco esse gravado em 1969, no Teatro Castro Alves, alguns fatos interessantes aconteceu, quem canta, quem toca, quais instrumentos foram utilizados, e claro, sobre os depoimentos que Mestre Pastinha fala durante o disco. Bem, esse disco é considerado um dos grandes registros históricos de nossa arte luta mãe capoeira.

Além de Mestre Pastinha, alguns outros nomes aparecem na  participação do disco, Waldomiro Malvadeza, Zé Lito, Branquinho, Natividade, 
e Mestre João Grande.
Outro ponto que mexe muito com a imaginação e curiosidade dos amantes da discografia capoeirana, é os instrumentos utilizados na gravação, assim com a execução dos toques e a levada do ritmo. A questão de só dois berimbaus, onde não se tem o grave do (gunga / berá boi), além de pandeiro, agogô, reco reco e atabaque.

Sobre as falas em forma de depoimento do Mestre Pastinha, traz questões que até dia de hoje serve com ponto de partida para estudos, o mestre deixa através desse disco, um rico material.

 
Eu me chamo Vicente Ferreira Pastinha. Eu nasci pra capoeira, só deixo a capoeira quando eu morrer. Eu amo o jogo da capoeira. E não há outra coisa melhor na minha vida, no resto da minha vida, do que a capoeira.

Hoje eu estou com 79. Olha, a minha vida é uma vida muito atrapalhada pra eu contar, mas tem centenas, milhares de pessoas que me conhecem, que já me acompanharam de infância e que vem me acompanhando, poderá dizer alguma coisa. Todos eles que 'quizer' dizer alguma coisa sobre a minha biografia, pode dizer qualquer coisa. Eu aceito tudo e qualquer. Agora tem uma coisa, não fui bobo na roda da capoeira, não fui bobo.

Na mandinga num fui bobo não, viu? Agora pra eu dizer, pra eu contar assim, eu não vou contar nada porquê se eu contar fica uma coisa muito longa e parece que estou no céu.

Muitas disordem que o capoeirista fazia não era propriamente por ele, era também provocado. Porquê se estava numa vadiação, num grupo com um berimbau, não é, na mão, eles passavam, entendia de querer tomar, pra quebrar… Aí inflamava, né? Muito capoeirista não queria perder seu instrumento, não é? Então o que nós tinhamos que, brigar.
Um instrumento, por exemplo, como o berimbau, não é somente intrumento. Agora vou aproveitar e dizer alguma coisa: não é somente instrumento. Muita gente tem que é o instrumento berimbau berimbau berimbau. Berimbau é música, é instrumento.

O berimbau é pra música, é instrumento, música. Também é instrumento ofensivo. Que ele na ocasião de alegria é um instrumento, nós usamos como um instrumento e na hora da dor ele deixa de ser instrumento pra ser uma foice de mão.

Eu vou contar. No meu tempo eu usava também uma foicizinha do tamanho de uma chave. A foice vinha com um corte e um anel pra encaixar o cabo. Mas eu como era muito bondoso, era muito amoroso, né, pra aqueles que quisesse me ofender, eu então mandava abrir outro corte nas costas. Se eu pudesse eu mandava abrir outro mais, não é, mas num podia mandava abrir outro corte, ficava dois corte. E na hora desmontava o berimbau e encaixava a foice, e aí eu ia manejar né?
Porquê o capoeirista tanto ginga, como pula, ….?, ropia, e como também ele sanga(?) e como defende-se também.
O capoeirista tem a mentalidade pra tudo. E quanto mais o capoeirista calmo melhor para o capoeirista.

O capoeirista não deve ser afobado. O capoeirista não deve provocar. O capoeirista não deve fazer certas coisas. No meu tempo, eu era capoeirista. Também tinha capoeirista que andava torto, mas torto, como a natureza não fez ele. Porquê ele pegava um lenço, botava no pescoço, um lenço grande, uma calça boca que dava trinta centímetros de boca, chinelo de xadrin, né, chapéu jogado do lado. Aí ele saía todo torto, ou do lado esquerdo, ou do lado direito, conforme ele tivesse a, o jeito né, se ajeitava nisso.
E andava pelo meio da rua com aquele gingado, né? Só a calça parecia, a boca da calça parecia uma saia! Mais uma saia do que calça. Capoeirista tinha tudo isso naquela época, né? Capoeirista se prestava naquela época pra muita coisa. E eu admiro hoje se o capoeirista se prestar pra certas coisas.

Eu sou um dos exemplos do passado. Aqui tem muitos veteranos. Velho mesmo! Capoeirista veterano, mais idoso do que eu. Menino da menina dos meus olhos, capoeirista…
Eu tinha aqui um aluno por nome Aberrê, esse foi meu aluno e era afilhado do mesmo padrinho meu. Morava na ladeira do São Francisco e eu morava na ladeira do Muntun. Eu levava, ele ia lá pra casa pra eu ensinar ele a jogar capoeira, quando eu dei baixa.

Tive um amigo, me chamou pra eu tomar conta de uma casa de jogo. Eu fui tomar conta dessa casa de jogo. Tinha necessidade de ir ao chefe de polícia pra tomar uma licença, pra poder abrir a casa, eu fui. Me levaram lá o Dr. Alvaro Cova. Quando eu entrei, estou na casa do Dr. Alvaro Cova “Dr., é este o rapaz que vai tomar conta da casa do jogo.”
Aí ele olhou assim pra mim, me olhou todo de cima a baixo, com os desenhos, aí foi e disse “Esse, esse garoto que vai tomar conta da casa de jogo? Isso é um fedelho! Vai tomar conta de uma casa de jogo?”
Meu camarada disse “É, mas é esse mesmo que eu quero.”
“Mas esse mininu não pode tomar conta de uma casa de jogo!”
Ele disse “É doutor, esse é mininu, mas é esse mesmo que eu quero.”
Aí o doutor se conformou, né, em dar a licença. Aí virou pra mim e disse “Como é seu nome?” Eu disse “Vicente Ferreira Pastinha.”
Suspendeu a carteira e tirou as carta toda, e disse “É você que é o valentãozinho que eu tenho aqui no meu distrito, num conhecia você!” Só de carta de queixa, né? E aí digo, cá comigo né, eu digo “pronto, tô gun, tô preso né?

No Gengibirra tinha um grupo de capoeirista. Só tinha Mestre. Os maiores Mestres daqui da Bahia. Todo domingo tinha ali uma capoeira que só ia alí Mestre, num tinha nada de aluno, era Mestre. E esse ex-aluno meu, Aberrê, fazia conjunto lá. Então os Mestres lá procuraram saber, querer me conhecer. Perguntou ao Aberrê quem tinha sido o Mestre dele. Ele deu meu nome.
“Traga esse homi aqui que nóis precisamos conhecer ele! É tão falado, é tão bom capoeirista. Traga ele aqui pra gente conhecer.”
O Aberrê me convidou pra eu assistir ele jogar no dia de domingo. Quando eu cheguei lá procurou o dono do, da capoeira, que era o Amorzinho, era um guarda civil. Procurou o Amorzinho e o Amorzinho no apertar da minha mão foi e me entregou a capoeira pra eu tomar conta.

Sobre as cantigas, creio que o disco nos leva a um tempo que alguns chama de tempo de ouro da Capoeira.

Lado 1
1 Maior é Deus / Bahia, Nossa Bahia / Ei, Dona Alice, Não Me Pegue Não / Canarinho Da Alemanha / Valha-me Deus, Senhor São Bento 
2 Eu Já Vivo Enjoado / Quebra Gereba Quebra/ Dona Maria, O Que Vende Ai? / Lapinha 
3 B-A-BÁ do Berimbau / Ai, ai, Aidê / Xô, Xô, Meu Canário / La-Lain-Lai-Lai

Lado 2
1 Eu Vou Ler Meu ABC / Vou-me Embora Pra São Paulo / A Manteiga Derramou / A Canoa Virou, Marinheiro / Adeus... Adeus / Quem Vem Lá / Dá, Dá, Dá no Nêgo / Pega Esse Nêgo, Derruba No Chão 
2 Eu Nasci Pra Capoeira / Eu Estava em Casa / Tabaréu Que Vem do Sertão / Este Gungo é Meu / Adão... Adão... / Tão Dormindo... Tão Sonhando / Abalou Cajueiro

(Em comemoração aos 133 anos do nascimento de Mestre Pastinha, iremos a cada dia até dia 05 de abril, trazer uma história, um fato, uma curiosidade sobre o saudoso Mestre Pastinha. Nessa história de hoje, vamos trazer um pouco sobre o disco do Mestre Pastinha, sercado de muita história. Se liga na história.)

Iê viva Mestre Pastinha 

Arcevo: Espaço de leitura árvore do saber

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sábado, 2 de abril de 2022

No aperta da minha mão

Em um domingo, 23 de fevereiro de 1941, fui a esse local, como prometera à Aberrêr, e com suspresa o Sr. Armósinho, dono daquela Capoeira, no aperta da minha mão disse-me.

"Há muito que o 
esperava para lhe entregar está capoeira para o senhor, Mestrar."
Eu ainda tentei me esquivar disculpando, porém, toumando a palavra o Sr Antonio Maré, e disse.

"Não há jeito, não Pastinha, é você mesmo quem vai mestrar isto aqui."

Como os camaradas deram o seu apoio, eu aceito. 

No Gengibirra, fim da Liberdade, que naceu este Centro. 

Foi Vicente Ferreira Pastinha (Mestre Pastinha) quem deu o nome de "Centro Esportivo de Capoeira Angola" (CECA).
 
Fundadores 
Amorsinho, este era o dono do grupo, os que lhe , Aberrêr, Antônio  Maré, Daniel Noronha, Onça Preta, Livino Diogo, Olampio, Zeir, Vitor H.D., Alemão filho de Maré, Domingo 
de Mlhães, 
Beraldo Izaque dos Santos, Pinião 
José Chibata, Ricardo B. dos Santos.


(Em comemoração aos 133 anos do nascimento de Mestre Pastinha, iremos a cada dia até dia 05 de abril, trazer uma história, um fato, uma curiosidade sobre o saudoso Mestre Pastinha.
Nesse história de hoje vamos trazer o momento do em que Mestre Pastinha é levado por Mestre aberrer, até a Gengibirra, e assim assume uma responsabilidade de MESTRAR todo aquele movimento que ali estava sendo realizado por grandes capoeiras. Se liga na história.)

Iê viva Mestre Pastinha 

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sexta-feira, 1 de abril de 2022

De Pastiña a Pastinha


Em 5 de abril de 1889, na Rua do Tijolo, nasceu o maior capoeirista da Bahia, e dois meses depois era levado à pia batismal para receber o nome de Vicente. Vicente Ferreira Pastiña, que seu pai era de origem espanhola.
Menino levado dos diabos, aos fez anos começou a apanhar. Apanhava do menino Honorato, tôda vez que ia ao armazém. Foi ái que Benedito, velho africano, vendo Vicente apanhar de Honorato, perguntou se queria aprender a lutar capoeira. Quis. E diàriamente passou a demonstrar-se na casa do velho; aprendendo, até que um dia Benedito lhe disse: „Hoje você vai ao armazém e deixe que o Honorato lhe provoque“. Foi o caso que Honorato apanhou que foi uma beleza, êle todo franzino dando num menino mais forte.
– Naquela noite – conta Pastinha –, o pai de Honorato foi lá em sua casa dar queixa com o filho pela mão. O velho Pastinha limitou-se a dizer: „Eu já sabia das surras que seu filho dava no meu. Soube que Vicente estava aprendendo capoeira e gostei. O que posso fazer é mandar que o senhor mande seu filho aprender capoeira também.“
– O pai de Honorato não acreditou e quis me ver. Meu pai mandou me chamar. O pai de Honorato me viu muito franzino, pediu licença ao meu velho, queria ver uma demonstração. Dei um rabo-de-arraia tão forte, que Honorato foi ao chão, sem sentidos. Os dois velhos ficaram amigos e nunca mais eu e Honorato brigamos.

(Em comemoração aos 133 anos do nascimento de Mestre Pastinha, iremos a cada dia até dia 05 de abril, trazer uma história, um fato, uma curiosidade sobre o saudoso Mestre Pastinha.
Nesse história de hoje vamos trazer o momento do reencontro do menino Pastinha e seu "rival" Honorato. Se liga na história.)

Iê viva Mestre Pastinha 

Materia: O Globo. Rio de Janeiro, 12 dezembro de 1966

Arcevo: Espaço de leitura árvore do saber

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